quarta-feira, 16 de maio de 2012

Carta de Apresentação - Candidata à Síndica.


Prezados (as) Vizinhos (as)

Susi Docio

Proprietária da Casa 15 – Candidata à Síndica.

Um belo dia fui convidada à passar seis dias em um condomínio à beira da praia para estrear uma casa standard e vivenciar as delícias de se viver em um local paradisíaco. Percebi que a beleza da estrutura arquitetônica do local era belíssima, mas notei também um clima de cidadezinha abandonada,como nesses de filme de ficção. Sentia-me no “Hopi Hari” -uma cidadezinha perfeitinha e isolada do mundo -e percebi, ainda, que as pessoas eram distantes e reclusas.

Eu sempre sonhei em ter uma casa à beira da praia. E buscando atender a este sonho, somado à infra-estrutura oferecida (sauna, piscina, sala de massagem, espaço gourmet, etc...) me levaram, como gestora pública concursada e comerciante, a fazer um sacrifício financeiro e financiar um imóvel voltado, exclusivamente, para o meu lazer familiar.

À medida que fui me introduzindo na rotina do Condomínio, agora como proprietária, fui vivenciando e me adaptando ao modo de viver desta “aldeia”, onde tinha muitos deveres e pouquíssimos direitos. Percebi que era observada diretamente. E um fato isolado, me deixou bastante incomodada. Fui notificada pelo uso do “velotrol” de meu filho menor, após 4 (quatro) dias de ter comprado a minha unidade residencial. Ninguém tinha me dado ou feito qualquer referência à Convenção do Condomínio, até o próprio síndico, que mora defronte a minha residência, e que poderia, por uma questão de simpatia, ter me orientado antes de me
enviar a notificação, não o fez. Confesso que isso tornou a nossa relação muito mais difícil. Após o fato, corri atrás da Convenção do Condomínio e comecei a buscar os meus direitos como moradora.

O engraçado desta historia é que meu sobrinho se acidentou no Condomínio, por falta de manutenção de uma tampa de proteção da casa da bomba. E não recebi nenhum gesto de desculpas por conta dos gestores do Condomínio. Acho, também, que isso acentuou ainda mais a minha revolta ao ler a NOTIFICAÇÃO.

No campo das minhas observações,notei que tinha um clima de “apartheid” disfarçado entre os homossexuais e heterossexuais. E que os inquilinos, independente de como se comportavam, eram vistos com descaso e como destruidores de tudo. Já as crianças, consideradas “pessoas maravilhosas, que alegram a qualquer ambiente” não eram bem recebidas por alguns dos moradores. O que me causa entojo! Percebi, também, que à medida que as casas eram ocupadas, as crianças se duplicavam. E nas semanas seguintes triplicavam. E assim por diante... As próprias famílias homossexuais tinham crianças...

Já os homos e heteros começaram a se aproximar e perceberam que no fundo todos eram iguais (pessoas). E os inquilinos... Muitos deles viraram proprietários.

Até a penúltima reunião, realmente,eu nunca pensei em me candidatar à síndica. Achava que deveria ir ao Condomínio para arejar a cabeça e curtir os meus filhotes que, diga-se de passagem, me dão bastante trabalho pelas idades e pela quantidade (4). Mas, caros & bons amigos, a reunião do dia 21 de abril foi um “divisor de águas” em minha visão sobre a administração do Condomínio. Muitas das “falas”me chamaram a atenção:

1º Personagem: A presença de um técnico Sr. Everardo Franga,convidado para explicar o sistema de esgotamento sanitário me chamou atenção, pois percebi que, na verdade, ele queria era vender o serviço dele.

1.1 Disse ele que tinha feito a obra, mas não tinha as plantas do Condomínio. Fiquei a imaginar como deveria ter sido difícil executar tal obra, sem uma planta baixa. E cheguei à conclusão que ele estava omitindo a verdade.

1.2  Disse que tudo aconteceu por falta de manutenção. Pensei comigo: “pra que eu pago uma empresa para administrar o condomínio?”.

1.3 Disse ele que seria necessário a construção de uma caixa de passagem nova (Pulmão) e que precisaria instalar novas bombas e limpar o sistema já existente.

Disse ele, também, que só se responsabilizaria pela obra se fizemos as manutenções com sua empresa, a cada seis meses. Tentei imaginar um valor para essa manutenção e tive a sensação que seria um casamento, pois como não teríamos as plantas do condomínio, estaríamos sempre à mercê desta empresa.

1.4 Deixou claro,também, que não entregaria a planta do sistema que iria construir e limpar. Realmente me irritei profundamente com essa afirmação.

1.5 Defendeu a CIF e o Síndico sobre os questionamentos feitos pelos moradores sobre problemas que nada tinham a ver com o tema (esgotamento sanitário). Tema este que ele tinha sido chamado para vender. Pois, na verdade, ele não veio explicar nada e, sim, convencer de que as obras precisavam ser feitas pela empresa dele. (fato muito estranho).

1.6  Deixou claro que a Plena devia a ele. E que não pegaria a obra se não fosse pelo condomínio. (achei que os problemas da Plena eram só com o condomínio).

E o mais engraçado, porém verdadeiro, foi ele externar que se haviam dúvidas sobre a gerência do Condomínio e sobre a falta de participação dos demais moradores era por omissão desses. (me senti culpada e negligente com o meu patrimônio).

1.7  E após perceber que os condôminos estavam exigindo uma prestação de contas mais apurada, para saber do real endividamento do condomínio, Ele se arvorou a dizer que só pegaria a obra até o dia 30.04.12. (me senti pressionada a concordar “goela abaixo”com a situação e tive uma sensação que minha inteligência estava sendo subestimada)



2º Personagem: Nas intervenções da representante legal da empresa que administra o condomínio (CIF),me chamou atenção as seguintes falas:

2.1  Que nem a CIF e nem o Síndico tinham sido orientados pela Plena sobre a limpeza do sistema, gerando com isso o colapso total.

2.2 Que não tinha outros orçamentos, pois não possuía plantas do sistema de esgotamento sanitário,e já estava cansada de pedir à PLENA pelos documentos – Plantas (diga-se de passagem, sem qualquer êxito).

2.3 Ela esclareceu que só convidou o técnico Sr. Everardo Fraga, pois sabia que seria o único a pegar a obra.

3º Personagem: Já na postura do nosso atual sindico me chamou atenção o seguinte:

3.1 Em 31 de março de 2012, ter realizado uma assembléia que incorporou a “taxa extra”à mensalidade do condomínio (já com o problema do esgotamento sanitário).E vinte dias depois (dia 21 de abril de 2012)
propôs uma nova “taxa extra”, para arcar com a construção e a limpeza do sistema de esgoto (?!).

3.2 Apresentou um único valor: R$ 26.000,00 para realizar a obra, sem informar quanto seria o custo das manutenções exigidas pelo técnico e sem apresentar a proposta por escrito.

3.3 Deu ênfase na contratação imediata do serviço e do pagamento da “taxa extra”.

4º Os demais personagens (os condôminos)

4.1 A insatisfação do morador da casa 06, além de outros moradores, com referência à dívida do condomínio junto a Receita Federal, de GPS com valor de R$47.000,00 corrigidos.

4.2 A necessidade de se fazer uma nova eleição para sindico, subsíndico e Conselho fiscal solicitada pelos moradores das casas 13, 14, 39 dentre outros.

4.3 A insatisfação de todos, pela falta de esclarecimentos das contas de do Condomínio e a condição real para novos endividamentos.

Com base no exposto, resolvi encabeçar uma reunião, desta vez de moradores, para discutirmos esses e outros assuntos. O encontro foi para arrumarmos as idéias e criarmos as estratégias de soluções para os
problemas listados anteriormente.

Para minha surpresa, o Síndico não quis participar do encontro, por saber que pessoas “não gratas” à sua pessoa estariam nesta reunião. Então, decidimos montar a Chapa 2 para buscarmos, de forma participativa, a promoção de uma gestão harmônica, transparente e eficiente.

Nesta reunião, com toda certeza, de grande relevância para a coletividade dos proprietários e residentes da Aldeia Saint Sebastien, nasceu a Chapa 2.

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Susi Docio

Funcionária pública,comerciante, casada e mãe de 04 filhos.


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